domingo, 4 de janeiro de 2015

PROTEINÚRIA

A albumina é uma proteína do nosso plasma produzida pelo fígado, sendo o resultado do metabolismo dos alimentos proteicos (carne, ovos, leite, queijo).
A taxa normal de albumina no plasma é de 3,5 a 4,5g/dl. Ela é fundamental para conservar o estado nutricional e manter os líquidos circulando dentro dos vasos.
A excreção de albumina na urina (proteinúria) é uma importante alteração pela qual as doenças renais se manifestam.
Isso mostra a importância da conservação das proteínas do sangue pelo rim. Sem a albumina, a água que circula nos vasos se infiltra pelos tecidos formando o edema. O edema é uma complicação da queda da albumina perdida pelo rim doente.

Origens

A proteinúria tem quatro origens:
 
Ø A primeira é de origem glomerular. São as proteínas de peso molecular normal, como albumina, transferrina, gamaglobulinas (IgG, IgA), microglobulinas e outras que passam pela membrana filtrante do glomérulo. Quando esta membrana está alterada, permite a saída das proteínas na urina;
Ø A segunda é do tipo tubular. São as proteínas secretadas pelo túbulo renal proximal, principalmente lisosimas e microglobulinas;
Ø A terceira é decorrente das proteínas secretadas pela parede do trato urinário (pelve renal, ureter, bexiga e uretra);
Ø A quarta tem origem na superprodução de proteínas de baixo peso molecular que se acumulam no plasma, mas, por serem pequenas, passam totalmente pelo filtro. Como são produzidas em grande quantidade, ultrapassam a capacidade de reabsorção do túbulo e são totalmente eliminadas pela urina. O exemplo clássico é a proteína de Bence-Jones (imunoproteína), mas também as mioglobinas e amilases.

Tipos de Proteinúria
A proteinúria pode ser:
 
Ø Intermitente e transitória,
Ø Persistente e permanente.
A proteinúria transitória é a que surge eventualmente. Ela ocorre na febre alta, nos exercícios vigorosos, nas exposições a altas temperaturas, tanto frias como quentes, nas emoções violentas e estressantes (secreção abundante de adrenalina) e nas convulsões. É uma proteinúria leve, não ultrapassando a 1,0g/24h e não significa doença renal.
Outra proteinúria transitória, intermitente e de pequena quantidade é a proteinúria ortostática. Ela surge quando a pessoa permanece muito tempo de pé (ortostatismo), em caminhadas normais de longa duração ou em pessoas que têm uma lordose acentuada. A gravidez é um exemplo. Esta proteinúria, até hoje, não tem sido bem compreendida, pensa-se que o aumento da pressão venosa, ao nível da veia cava e veias renais, contribuiria para aumentar a excreção de proteínas na urina. O diagnóstico diferencial dessa situação se faz dosando a proteinúria ortostática e depois mostrando o seu desaparecimento com o repouso.
A proteinúria persistente e permanente em todas as amostras pode ser:
 
·       leve (até 1,0g/24h),
·       moderada (1,0-3,5g/24h) e
·       maciça, quando superior a 3,5g/24h/1.73 de superfície corporal.
O edema é a principal manifestação das proteinúrias maciças.
Ele ocorre porque a perda constante e intensa de proteína na urina faz com que a albumina plasmática atinja níveis muito baixos. Com isso, diminui muito o poder oncótico do plasma, permitindo que a água infiltre por todos os tecidos, surgindo o edema.
Como a água e o sal se infiltram pelos tecidos, em conseqüência da albumina baixa, surge hipotensão por diminuição do volume circulante e, em função disso, o paciente urina pouco para poupar o líquido que não está no seu devido lugar, isto é, circulando.
A perda de proteínas do plasma também propicia a desnutrição com todas as suas complicações.

Como se trata?

A melhora desse quadro só é obtida quando a perda de proteínas é interrompida com a recomposição da taxa plasmática da albumina. O tratamento da albuminúria depende da causa, por isso, os tratamentos são variados.


Exames
Os objetivos de fazer exame para proteinúria incluem: triagem de indivíduos em risco, detecção dessa condição em exames rotineiros, determinação de sua causa, avaliação do tipo e quantidade de proteína liberada, e avaliação da função renal. Caso a proteinúria seja detectada, a pessoa deverá ser monitorada periodicamente, de maneira a determinar se esta proteinúria se resolve por si própria ou se piora com o tempo. O médico pode pedir exames de urina e de sangue para avaliar a proteinúria.
Exames laboratoriais
A triagem para a presença de proteínas na urina pode ser realizada como parte de um exame geral de saúde, ou como parte de um check-up em um indivíduo que apresente uma condição que pode causar proteinúria. Alguns testes incluem:

·         Proteinúria – Detecta a presença de qualquer tipo de proteína que possa ser encontrado na urina. Pode ser realizado isoladamente, em uma amostra aleatória de urina, ou como parte do exame de urinálise (Rotina de Urina).
·         Urinálise ou Rotina de Urina – Avaliação de uma amostra de urina que cobre a presença de diversas substâncias que podem estar presentes – inclusive a proteinúria. Pode fazer parte de um exame geral de saúde.
·         Microalbuminúria (albumina urinária) – É um teste sensível, utilizado para se monitorar pessoas com diabetes. Detecta a presença de pequenas quantidades de albumina, a principal proteína do sangue. Ao longo do tempo, a diabetes pode, lentamente, afetar a função renal. Este teste é um indicador precoce de que a diabetes tenha causado algum dano. A Associação Americana de Diabetes (ADA) recomenda que pessoas com diagnóstico de diabetes tipo 2 sejam examinadas anualmente com a dosagem de microalbuminúria, e que diabéticos do tipo 2 sejam testados 5 anos após o diagnóstico e, a partir daí, anualmente.
·        Microalbuminúria, Urina de 24 horas – Mede a quantidade de albumina que está sendo perdida através da urina nesse intervalo de tempo. Esse exame pode fornecer ao medico uma avaliação mais precisa do grau de dano aos rins.
·        Razão microalbumina/creatinina – Alternativa à coleta de urina de 24 horas, utilizando uma amostra aleatória de urina. Neste caso, também se mede a creatinina, substância excretada na urina, a uma fração constante. Quando é feita a medição de  albumina e de creatinina, pode ser calculada uma taxa de microalbumina/creatinina. O cálculo corrige a microalbuminúria em relação à presença de creatinina na amostra, o que reflete de maneira mais precisa a quantidade de albumina perdida através da urina.
·        Proteinúria de 24 horas – Mede a quantidade de proteína excretada na urina em um período de 24 horas, o que é uma avaliação mais acurada do grau de proteinúria do que um teste em urina aleatória.
·        Razão proteína/creatinina (UPCR) – Mede a proteína e a creatinina em uma amostra aleatória, e faz a correção pela quantidade de creatinina, o que é similar à taxa de microalbumina/creatinina.
·        Eletroforese de Proteínas urinárias – Teste utilizado para se determinar os diferentes tipos e concentrações relativos de cada proteína presentes na urina. Um teste urinário para a Proteína de Bence-Jones é usado para detectar e, às vezes, acompanhar o tratamento do mieloma múltiplo e de outras doenças similares.
Além do exame de urina, existem diversos outros que podem ser utilizados para avaliar a função dos rins e/ou avaliar a natureza da proteína eventualmente presente na urina. Esses exames podem ser realizados ao mesmo tempo em que se faz a triagem na urina em qualquer consulta de acompanhamento. Incluem:
·         Dosagem de Uréia e Creatinina no sangue – Testes de sangue utilizados para avaliar a função renal. A uréia e a creatinina são produtos de descarte, contêm nitrogênio, e são removidos do sangue pelo organismo até chegar à urina. Caso os rins não estejam funcionando adequadamente, permanecerão na corrente sanguínea e seus níveis irão aumentar. A creatinina pode ser medida em amostras de urina, mas isto ocorre principalmente como uma parte de um exame que inclua o cálculo de taxas, como  taxa urinária de proteína/creatinina, ou de microalbumina/creatinina.
·         TFG estimada (eGRF ou TFGe) - Taxa estimada de Filtração Glomerular – Utiliza os níveis de creatinina, em associação com a idade e valores atribuídos ao sexo e à etnia, para estimar a taxa de filtração glomerular, que diminui com o dano renal progressivo.
·         Clearance de creatinina – Mede a creatinina em uma amostra de urina de 24 horas, e utiliza a dosagem feita em uma amostra de sangue, para calcular a quantidade de creatinina que foi extraída do sangue e eliminada na urina. Este cálculo permite uma melhor avaliação da função renal, baseada na taxa corpórea de excreção de creatinina.
·         Dosagem de Proteínas Totais – Exame de sangue que mede a quantidade total de proteínas no soro.
·         Dosagem de albumina – Teste de sangue que mede a concentração de albumina, a proteína na qual o soro humano é mais rico.
·         Eletroforese de Proteínas Séricas – Determina os tipos e as quantidades relativas de proteínas no soro. É comparado à eletroforese na urina, de maneira a se determinar se o sangue é a origem das proteínas observadas na urina.
·         Dosagem de Cadeias Leves Séricas Livres(SFLC) – Exame usado para auxiliar o diagnóstico e monitoração de condições associadas a uma produção aumentada de cadeias leves, tais como o mieloma múltiplo.
O médico também pode solicitar uma biópsia de rins. Neste procedimento, um pequeno fragmento do rim é examinado em um microscópio, para ser utilizado como evidência de dano ou doença renal. 


Fonte: www.abcdasaude.com.br

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